Teoria dos Custos
Comportamento dos Custos de Produção no Curto Prazo
O exemplo numérico que exporemos a seguir reflete, de maneira bastante simplificada, a visão que os economistas têm sobre o comportamento dos custos de produção no curto prazo.
Numa determinada empresa (Cia. ALPHA), em que o volume mensal de produção possível varia entre zero e dez unidades, o comportamento dos custos está representado na planilha abaixo
Se a empresa nada produzir, ela terá $ 15,00 de custo fixo. Se ela fabricar uma unidade do produto, seu custo total será de $ 17,00 correspondente à soma de $ 15,00 do custo fixo com o custo variável de $ 2,00. Caso a empresa produza duas unidades, o custo total aumenta para $ 18,50 pois, embora o custo fixo permaneça em $ 15,00, o custo variável da fabricação aumenta para $ 3,50. Da mesma forma, a produção de três unidades eleva o custo total para $ 19,50, pois o custo variável correspondente é de $ 4,50, e assim por diante. A produção máxima de 10 unidades implica um custo total de $ 52,50 ($ 37,50 de custo variável mais $ 15,00 de custo fixo).
Break-Even Point – Ponto de Equilíbrio
O objetivo de toda empresa, numa economia de mercado, é o lucro. Este, por definição, é a diferença entre a Receita total e o Custo total. Qual será o ponto que maximiza o lucro da empresa?
O raciocínio é simples: enquanto a próxima unidade produzida e vendida trouxer um acréscimo de receita maior que o custo de produção dessa unidade, haverá um crescimento do lucro total da empresa. Em outras palavras, enquanto a Receita Marginal for superior ao Custo Marginal, o lucro total aumentará. A receita é o produto da quantidade vendida pelo preço de mercado, ou seja,
RT = P x Q
Nessas condições, estamos supondo que o produtor não influencia o preço de mercado. Ou seja, estamos trabalhando com o modelo da concorrência perfeita (reveja a aula anterior). Assim, o preço é fixo, o que faz com que a Receita Marginal seja constante (a empresa receberá pela próxima unidade o mesmo que recebeu pela última). Por sua vez, o Custo Marginal apresenta tendência crescente, a partir da manifestação da Lei dos Rendimentos Decrescentes. Desta forma, a quantidade em que o Custo Marginal se iguala à Receita Marginal representa o ponto de lucro máximo da empresa. Quantidades menores que essa implicam em que há espaço para ganhar lucros adicionais com o aumento da produção e das vendas; quantidades superiores a essa trarão um Custo Marginal maior que a Receita Marginal, reduzindo o lucro total da empresa. Podemos ver esse processo no gráfico abaixo:
A quantidade qe maximiza o lucro da empresa, ao igualar a receita marginal e o custo marginal. Qualquer quantidade à sua esquerda significa lucros menores, pois ainda há espaço para obter RMg > CMg. Qualquer ponto à direita de qe trará prejuízo, reduzindo o lucro total da empresa.
Agora, vamos buscar o extremo oposto, isto é, o ponto abaixo do qual a empresa fechará as portas. Rigorosamente, esse ponto é o que apresenta lucro zero. Neste ponto, a receita da empresa cobre inteiramente os seus custos, sem nenhuma sobra, ou seja:
LT = 0 –> RT – CT = 0 –> RT = CT
Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.
Atualmente na busca da competitividade é fundamental que as empresas conheçam o seu Ponto de Equilíbrio, para tanto, precisam desenvolver essa ferramenta gerencial.
Como já sabemos a diferença entre custo fixo e variável, resta-nos esclarecer o que é Margem de Contribuição:
Chamamos de margem de Contribuição a diferença entre Vendas totais e Custos Variáveis totais.
Exemplo: Vendas totais 100,00 (menos) custos variáveis totais 70,00 = margem 30,00 .
(100,00 – 70,00) = 30,00 / 100 = 30% (margem em percentual)
São poucas as pequenas organizações empresariais que sabem quais as quantidades mínimas de produtos a serem produzidos ou vendidos para que obtenham resultados positivos, e isto ocorre porque muitas não enxergam o Ponto de Equilíbrio como uma técnica muito útil, de fácil aplicação e outros até mesmo por desconhecê-lo.
Não existe Ponto de Equilíbrio que se possa afirmar ser o ideal. Ele deve ser o mais baixo possível. Quando menor o ponto de equilíbrio, mais segurança para a empresa não entrar na área de prejuízo.
Há várias formas de se calcular o Ponto de Equilíbrio, usaremos a mais tradicional, onde, conforme o explicado anteriormente, o valor das receitas iguala-se ao das despesas.
O Ponto de Equilíbrio é o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição.
Exemplo:
Vendas Totais 100,00
Custos Variáveis Totais 70,00
% margem de contribuição = 30,00 ou 30%
Valor total dos Custos e Despesas Fixas = 15,00
PE = (Custos e Despesas fixas / % margem)
PE = 15,00 / 30% = 50,00
Dados acima |
Ponto de Equilíbrio |
|||
Vendas totais |
100,00 |
100,00% |
50,00 |
100,00% |
(-) Custos Variáveis totais |
70,00 |
70,00% |
35,00 |
70,00% |
(=) Margem de Contribuição |
30,00 |
30,00% |
15,00 |
30,00% |
(-) Custo Fixo Total |
15,00 |
15,00% |
15,00 |
30,00% |
(=) Lucro |
15,00 |
15,00% |
0,00 |
0,00% |
Como podemos observar no exemplo, vendendo 100,00, teremos um lucro de 15,00. Se vendermos apenas 50,00, que é o Ponto de Equilíbrio, não teremos lucro nem prejuízo.
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