SÃO PAULO – Os analistas do mercado financeiro reduziram ligeiramente suas estimativas para a inflação neste ano e mantiveram a projeção para 2015. Eles veem, contudo, um aumento maior dos juros básicos da economia no ano que vem, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. A autoridade monetária colhe projeções entre cerca de cem instituições.
Já analistas do grupo Top 5 – os que mais acertam as projeções – acreditam em aperto maior dos juros já neste ano e também no próximo.
A mediana do mercado para a Selic ao fim deste ano seguiu em 11,0%, mas subiu de 11,50% para 11,88% em 2015. A taxa está, atualmente, em 10,50% ao ano. Já a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cedeu de 6,02% para 6% em 2014. A projeção para o IPCA de janeiro caiu de 0,75% para 0,72%. Para 2015, a aposta seguiu em 5,70%. A projeção em 12 meses passou de 5,99% para 6,00%.
O grupo Top 5, por sua vez, elevou sua estimativa para a taxa básica de juros de 11,50% para 11,75% em 2014, e de 11,50% para 12,25% em 2015. As estimativas desse grupo para o IPCA continuaram as mesmas, de 6,20% para este ano e de 6% para 2015.
Estimativas para o câmbio também foram ajustadas. O mercado em geral agora espera um real mais desvalorizado, em R$ 2,47, no fim deste ano. A projeção anterior era de R$ 2,45. O mesmo ocorre para 2015, para quando a taxa foi ajustada de R$ 2,50 para R$ 2,51.
Atividade
As projeções do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) seguiram as mesmas, de crescimento de 1,91% neste ano e de 2,20% em 2015. A estimativa para o aumento da produção industrial de 2014 foi ajustada para baixo, contudo, de 2,20% para 2,00%. Em 2015, o mercado vê um desempenho melhor e elevou a estimativa de 2,95% para 3,0%.
Resultado fiscal
Os analistas do mercado financeiro elevaram de 1,4% para 1,5% a estimativa para o superávit primário do setor público consolidado em 2014. O critério abrange Estados, municípios, BC, estatais e governo central.
Em 2013, o superávit primário foi de 1,90% do PIB, segundo informou o BC na sexta-feira. Foi o menor da série, iniciada em novembro de 2002.
O governo deve divulgar até o fim deste mês qual será a meta da economia para pagar juros da dívida neste ano. O percentual a ser definido ganhou ainda mais relevância nas últimas semanas diante das turbulências externas que atingem os países emergentes, que elevaram as cobranças por austeridade fiscal do governo Dilma Rousseff.
Estimativas de mercado – Boletim Focus |
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(Ana Conceição | Valor)
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2 Responses
Impressionante a confiança e confiança de uma melhora quando tudo esta se deteriorando, minha expectativa é inflação em torno de 7% para final de 2015, dolar a R$ 3,30 a R4 3,50 para o final do ano e PIB negatico em torno de 1%, a não ser que os produtos primarios tenham algum sobresalto, que não tem solidez para ser esperado, a tendencia é a aposta internacional no dolar e queda das commodities!. Tudo ao contrario de seus pensamentos, sinto informar!
Sérgio,
Obrigado pelos seus comentários!
Veja que essa reportagem foi publicada pelo Jornal Valor Econômico em 03/FEV/2014 e foi replicada no Blog no dia seguinte (04/FEV/2014)
Isso mostra o quanto as previsões são imprecisas, mesmo sendo previsões oficiais de autoridades monetárias.
Nesse caso, a materia foi escrita, baseada em informações fornecidas pelo Relatório Focus do Banco Central.
Essas observações nos ajudam a ter mais cautela ao se utilizar os cenários traçados, principalmente se forem cenários distantes.
Ainda temos pouco menos de 10 meses até o fim de 2015 e a experiência nos alerta de que as coisas ainda podem se deteriorar muito.
Esperamos que não.
Mas cautela é sempre recomendada.
Abs
Denis Medina