Populismo energético? Por que a conta de luz zero para os pobres afeta toda a economia

Todos Pagam a Conta

O governo federal propôs “zerar” a conta de luz para famílias de baixa renda. A medida, embora aparentemente popular, tem gerado forte preocupação entre economistas, que alertam para seus efeitos inflacionários e distorções no mercado.

Nesta edição da Revista Oeste, fui entrevistado para comentar os impactos econômicos da proposta. Abaixo, compartilho meus principais comentários sobre o tema e os riscos que essa política pode gerar para toda a sociedade.

Conta de luz mais cara para todos

Meus comentários publicados na Revista Oeste:

“Energia está presente em quase todos os produtos. Um aumento na conta de energia elétrica afeta o custo de produção, o que encarece os preços e pressiona a inflação. Isso não é uma projeção, é um fato.”

“Isso pressiona o Banco Central, que terá de atuar para conter mais um vetor inflacionário. Mesmo os beneficiários da medida sentirão seus efeitos, já que o aumento de preços atinge toda a economia.”

“Os subsídios vêm crescendo de forma acelerada. Em 2018, a conta da CDE era de quase R$ 19 bilhões. Em 2024, chegou a mais de R$ 48 bilhões — um aumento de 120% em seis anos. Apenas nos primeiros meses de 2025, os subsídios já acumulavam cerca de R$ 18 bilhões.”

“É mais uma medida populista e, como depende do Cadastro Único, reforça a lógica de dependência do Estado, muitas vezes em detrimento do emprego formal. É difícil dizer isso, mas, na minha visão, é uma forma de escravidão moderna. A pessoa deixa de ter carteira assinada para continuar recebendo benefício e seguir votando em quem mantém isso.”

Veja matéria completa no site da Revista Oeste: https://revistaoeste.com/revista/edicao-273/todos-pagam-a-conta/

Populismo que custa caro

A ideia de “zerar a conta de luz” pode parecer positiva no curto prazo, mas ignora os efeitos colaterais sobre o equilíbrio fiscal e a inflação. Ao ampliar os subsídios via Tarifa Social, o governo transfere o custo da energia para toda a cadeia produtiva — o que impacta desde o preço da cesta básica até a política monetária.

Além disso, como alertei na matéria, há um risco ainda maior: com o aumento dos custos de produção, isso provoca mais inflação o que dificulta a queda de juros pelo Banco Central e gera cada vez mais dependência dos mais vulneráveis de programas assistenciais em vez de fomentar emprego e mobilidade social.


Conclusão

O debate sobre justiça social precisa andar de mãos dadas com responsabilidade fiscal e incentivos ao trabalho formal. Medidas populistas podem ganhar votos no curto prazo, mas cobram um preço alto da economia como um todo.

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📩 Deixe seu comentário: o que você acha dessa medida? A quem ela realmente beneficia?

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