Entre a esperança e a sustentabilidade, o crescimento do PIB brasileiro em 2024 é motivo de debate entre economistas.

As projeções do governo indicam um aumento de 2,45%, enquanto o relatório Focus do Banco Central, que traz as expectativas de mercado, indicou hoje (02/04/2024) uma expectativa de crescimento de 1,89% em 2024.

Desafios da Sustentabilidade

Alcançar um crescimento sustentável é o principal desafio da economia brasileira. A dependência de commodities, como petróleo, minérios e produção agrícola, torna o país vulnerável às flutuações do mercado internacional, em especial o preço das commodities.

Outro desafio diz respeito às questões ambientais. O aumento da demanda por energia elétrica, por exemplo, pode comprometer a sustentabilidade do crescimento, especialmente se não forem priorizados investimentos neste setor, em especial priorizando fontes renováveis. Esse é um dos pontos onde o governo pode ajudar promovendo incentivos de longo prazo.

Falta de Planejamento de Longo Prazo

Falando em logo prazo, a ausência de planejamento de longo prazo dificulta a elaboração de projetos de investimento pelo setor privado. Questões centrais como a instabilidade política e a insegurança jurídica também contribuem para esse cenário de incertezas.

Aqui encontramos outro ponto onde uma melhor comunicação governamental, somada a incentivos que busquem atrair investimento estrangeiro são bem vindos.

Cenário Econômico e Risco Fiscal

O cenário econômico para 2024 apresenta desafios, especialmente no que diz respeito ao risco de um novo déficit fiscal. Não sei nem se podemos chamar de risco, visto que tivemos o pior resultado primário para o mês de fevereiro da história, registrando um rombo de R$ 58,4 bilhões nas contas públicas, apesar do governo projetar um déficit de apenas R$ 9,3 bilhões para o ano. Essa previsão está amparada justamente no crescimento econômico, porém o rombo de fevereiro pode afetar a confiança dos investidores e prejudicar as perspectivas de crescimento.

A expectativa de déficit fiscal para 2024 pode levar a uma redução mais lenta na taxa de juros, mantendo o crédito mais caro e mais restrito, dificultando assim o investimento e o consumo. Além disso, pode levar à desvalorização da moeda brasileira, encarecendo as importações e por consequência aumentando a inflação.

Impacto nos Investimentos Estrangeiros

Pensando ainda em um novo déficit fiscal para este ano, isso pode afastar os investidores estrangeiros, que buscam países com economias estáveis, previsíveis e com perspectivas de crescimento sustentável. Isso porque a decisão de investimento em um país sempre tem uma visão de longo prazo e geralmente se mantém por décadas no país. Veja os exemplos das industrias automobilísticas, muito importantes para o desenvolvimento nacional, que vieram ao Brasil na década de 60, aumentaram investimentos em

A falta de investimentos pode prejudicar o crescimento da economia e a geração de empregos, principalmente no longo prazo. Por esse motivo, precisamos de atenção às contas públicas para atrair e manter novos investimentos privados no país.

Medidas para Mitigar o Risco

O governo precisa tomar medidas para reduzir o déficit fiscal, como corte de gastos públicos. O lado da arrecadação o governo tem executado como nunca antes visto, podemos verificar o aumento dos impostos em diversos setores da economia. Infelizmente, nada disso é novidade, mas é importante lembrar também que o governo precisa apresentar planos de longo prazo para a economia, com foco na sustentabilidade das contas públicas.

Conclusão

O crescimento do PIB em 2024 é esperado, mas pode ser ampliado. Ele depende de um conjunto de reformas e investimentos que promovam a sustentabilidade da economia brasileira.

Planejamento de longo prazo e segurança jurídica são essenciais para atrair investimentos do setor privado e garantir um futuro mais próspero para o Brasil.

Por outro lado, o risco de um novo déficit fiscal em 2024 é um desafio para a economia brasileira. O governo precisa tomar medidas para reduzi-lo ao máximo, a fim de garantir a confiança dos investidores e as perspectivas de crescimento não apenas para este ano, mas também de longo prazo.