PIB e PNB
Qual a diferença entre PIB e PNB?
Um dos principais indicadores que demonstram a realidade econômica de um país ou região é o PIB (Produto Interno Bruto). Tal indicador nada mais é do que a mensuração de todos os bens e serviços, ou seja, de toda a riqueza produzida. Uma das maiores confusões em relação ao PIB é a diferença entre o mesmo e outro importante indicador econômico: o PNB (Produto Nacional Bruto).
PIB ou PNB?
Uma das confusões em torno do PIB é a que mistura taxas trimestrais de crescimento, divulgadas periodicamente pelo IBGE com taxas anuais. A taxa trimestral mede o crescimento do PIB num trimestre em relação ao trimestre anterior e se constitui numa medida mais aproximada de velocidade corrente de crescimento do PIB. Essa taxa é anualizada, ou seja, indica o quanto o PIB cresceria no ano todo se sua velocidade de expansão continuasse a mesma. Para se evitar confusões no tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base inicial da medida como 100, e aplicar sobre ela os índices de crescimento divulgados. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em curso.
Embora o conceito de PIB seja preferido na maior parte do mundo, como no Brasil e Grã Bretanha, o PNB é utilizado especialmente em determinados países, como nos Estados Unidos, por exemplo.
O PIB representa todas as riquezas produzidas dentro das fronteiras de uma região, independentemente do destino dessa renda. O conceito de PIB também descarta a entrada de verbas do exterior. O que é levado em consideração é simplesmente aquilo que é produzido dentro das fronteiras da região ou país.
Já o PNB considera todos os valores que um país, por exemplo, recebe do exterior, além das riquezas que foram apropriadas por outras economias, ou seja, os valores que saem. É justamente essa a diferença: o PNB considera as rendas enviadas e recebidas do exterior, enquanto o PIB, não.
Desta forma, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o PNB normalmente é menor que o PIB, uma vez que as transnacionais enviam grande parte de seus lucros para seus países de origem. Da mesma forma, em países com muitas empresas de atuação global, como nos Estados Unidos, o PNB tende a ser maior, já que há uma grande absorção dos lucros gerados por suas empresas no exterior.
Portanto: O PIB, descontado dessa renda enviada ao exterior, ou somado à renda recebida do exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, está mais próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional Bruto, descontadas as perdas por depreciação, é exatamente igual à Renda Nacional Líquida. Assim:
PIB – Renda enviada ao exterior + Renda recebida do exterior = PNB
PNB – Depreciação = Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Liquida.
Renda Nacional Líquida / População = Renda Per Capita
100 Maiores PIB’s Mundiais
Lugar |
País |
PIB |
(milhões de USD) |
— |
Mundo |
62 911 253 |
— |
|
16 242 256 |
1 |
|
14 526 550 |
2 |
|
5 878 257 |
3 |
|
5 458 797 |
4 |
|
3 286 451 |
5 |
|
2 562 742 |
6 |
|
2 250 209 |
7 |
|
2 090 314 |
8 |
|
2 055 114 |
9 |
|
1 631 970 |
10 |
|
1 577 040 |
11 |
|
1 479 825 |
12 |
|
1 409 946 |
13 |
|
1 237 363 |
14 |
|
1 034 308 |
15 |
|
1 014 482 |
16 |
|
780 668 |
17 |
|
735 487 |
18 |
|
706 752 |
19 |
|
527 920 |
20 |
Polónia |
469 401 |
21 |
|
467 779 |
22 |
|
458 725 |
23 |
|
448 360 |
24 |
|
429 845 |
25 |
|
412 990 |
26 |
|
407 382 |
27 |
|
377 382 |
28 |
|
369 992 |
29 |
|
363 655 |
30 |
|
318 908 |
31 |
|
309 866 |
32 |
|
305 415 |
33 |
|
302 039 |
34 |
|
293 268 |
35 |
|
289 433 |
36 |
|
239 177 |
37 |
|
237 959 |
38 |
|
229 154 |
39 |
|
224 459 |
40 |
|
222 699 |
41 |
|
218 465 |
42 |
|
217 445 |
43 |
|
206 985 |
44 |
|
203 299 |
45 |
|
202 576 |
46 |
|
199 591 |
47 |
|
192 030 |
48 |
|
176 870 |
49 |
|
161 629 |
50 |
|
157 759 |
51 |
|
153 802 |
52 |
|
148 047 |
53 |
|
140 509 |
54 |
|
137 934 |
55 |
|
132 569 |
56 |
|
130 421 |
57 |
|
127 332 |
58 |
|
105 560 |
59 |
|
103 574 |
60 |
|
91 135 |
61 |
|
87 450 |
62 |
|
82 471 |
63 |
|
81 112 |
64 |
|
71 336 |
65 |
|
65 389 |
66 |
|
60 834 |
67 |
|
59 330 |
68 |
|
57 978 |
69 |
|
57 851 |
70 |
|
55 195 |
71 |
|
54 713 |
72 |
|
54 370 |
73 |
|
51 626 |
74 |
|
49 536 |
75 |
|
47 733 |
76 |
|
47 702 |
77 |
|
45 428 |
78 |
|
44 278 |
79 |
|
41 178 |
80 |
|
40 272 |
81 |
|
39 236 |
82 |
|
38 987 |
83 |
|
38 009 |
84 |
|
36 370 |
85 |
|
35 789 |
86 |
|
32 321 |
87 |
|
32 092 |
88 |
|
31 315 |
89 |
|
29 717 |
90 |
|
26 808 |
91 |
|
26 447 |
92 |
|
24 013 |
93 |
|
23 174 |
94 |
|
22 963 |
95 |
|
22 656 |
96 |
|
22 543 |
97 |
|
22 522 |
98 |
|
21 215 |
99 |
|
20 375 |
100 |
|
20 001 |
Reportagem de Ilton Caldeira, iG São Paulo – 04/04/2012 05:40
Especialistas apontam que PIB deve crescer entre 3% e 3,5% em 2012; projeções do governo apontam um resultado de 4,5% neste ano
Estímulo à indústria deve ter pouco efeito para melhorar o resultado do PIB
O pacote de incentivo à indústria deverá ter pouco efeito para o crescimento da economia em 2012. Segundo especialistas, o efeito das medidas pode gerar algum crescimento no curto prazo, mas será um desempenho volátil. Para gerar um cresicmento mais sustentável, em bases mais sólidas, é necessário uma ampla reforma tributária, além de mudanças na estrutura de gastos de custeio do governo com a operação da máquina pública e melhorias na infraestutura do País.
Nesta terça-feira o Governo Federal apresentou medidas para ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional, reforçando ações sobre o câmbio e na área tributária, com a desoneração da folha de pagamento, junto com estímulos à produção de bens e equipamentos no Brasil.
Foram anunciadas ainda medidas para reduzir o custo do comércio exterior e de defesa comercial. Mudanças nas condições de crédito, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), e condições mais favoráveis para a indústria automobilística nacional também foram apresentadas.
O pacote no total soma R$ 60,4 bilhões, sendo que desse montante R$ 3,1 bilhões representam renuncia fiscal pela União.
Foto: AE/PAULO PINTO
Funcionários trabalham na ala de pintura de carrocerias em fábrica da Volkswagen: estímulo à produção é positivo, mas gargalos de infraestrutura precisam ser solucionados
Na avaliação do economista Antonio Correa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), as medidas são positivas, mas de forma isolada não produzem um grande efeito para o desempenho da economia. Segundo Lacerda, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter um desempenho entre 3% e 3,5% este ano.
“Medidas de desoneração são sempre positivas, mas precisam estar aliadas com outras políticas, como a redução dos juros”, diz Lacerda. “Estamos competindo com países como a China e a Coreia que utilizam diversos mecanismos de incentivo para a economia. Precisamos atacar o problema da infraestrutura e da logística que também tiram a competitividade dos produtos nacionais”, acrescenta.
Para este ano, o governo projeta um crescimento de 4,5%. Na segunda-feira, o Banco Central divulgou o relatório Focus com as projeções do mercado financeiro para o desempenho da economia. O documento aponta que os analistas voltaram a reduzir a estimativa de crescimento do PIB, que passou de 3,23% para 3,2% em 2012.
Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados sobre o desempenho da produção industrial. Os números mostram que apesar de ter crescido 1,3% na comparação com janeiro, mês em que houve queda de1,5% no setor de produção, o resultado segue fraco, com retração de 3,9% sobre o desempenho do mesmo período do ano passado.
Flávio Serrano, economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, avalia que as medidas são positivas e vão no sentido de reduzir impostos e aliviar o sufoco dos setor privado.”Mas é uma medida temporária e que não ataca o problema tributário mais complexo, nem as deficiências da fraca infraestrutura do País”, diz.
Segundo Serrano, parte da crise do setor de produção decorre do cenário de conjuntura internacional já que o segmento industrial é o que mais lida com a economia externa e sofre mais diretamente seus efeitos agora durante a crise que atinge os Estados Unidos e a Europa. “O impacto das medidas no PIB deve ser marginal e o crescimento este ano não deve passar de 3,5%. Pode haver uma aceleração da economia no curto prazo, mas será um comportamento mais volátil”, completa.
Desempenho da indústria
Variação do indicador de produção com ajustes sazonal
O economista Pedro Paulo Silveira, da TOV Asset Management, analisa que as medidas podem fazer pouco pelo setor diante da queda de demanda global. As economias ricas estão passando por um forte desemprego, com mais de 17 milhões de pessoas sem trabalho somente na Europa, e perda do poder de compra. “Esse cenário reduz o potencial dos mercados mais desenvolvidos para os produtos brasileiros”, diz. “Além disso, mais protecionismo pode gerar mais problemas que soluções para a economia. As contrapartidas também não estão muito claras e não há garantias de que o setor produtivo não irá repassar possíveis aumentos de custos e matérias-primas para os demais elos da cadeia. Isso pode gerar pressões inflacionárias e comprometer os objetivos do Banco Central.”
Desempenho fraco
A redução do desempenho do setor industrial contribui para que o PIB de 2011 não tivesse um crescimento mais robusto. No ano passado, o setor produtivo registrou crescimento de 1,6%, contra 2,7% dos serviços e 3,9% da agropecuária.
No ano passado, a indústria de transformação ficou praticamente estagnada em relação a 2010, com variação de 0,1% influenciada, principalmente pela redução do valor adicionado de automóveis, vestuário, metalurgia e máquinas, entre outros.
De acordo com o IBGE, a variação negativa da indústria foi puxada pela queda de -3,1% na Indústria de transformação. O desempenho ruim da indústria de transformação foi atribuído à redução da produção de têxteis, artigos de vestuário, calçados, máquinas e equipamentos.