Microeconomia / Teoria do Consumidor

Microeconomia

A Microeconomia é definida como um problema de alocação de recursos escassos em relação a uma série possível de fins. Os desdobramentos lógicos desse problema levam ao estudo do comportamento econômico individual de consumidores, e firmas bem como a distribuição da produção e rendimento entre eles. A Microeconomia é considerada a base da moderna teoria econômica, estudando suas relações fundamentais.

As famílias são consideradas fornecedores de trabalho e capital e demandantes de bens de consumo. As firmas são consideradas demandantes de trabalho e fatores de produção e fornecedoras de produtos.

Os consumidores maximizam a utilidade a partir de um orçamento determinado. As firmas maximizam lucro a partir de custos e receitas possíveis.

A microeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que estabelecem preços relativos entre os produtos e serviços, alocando de modos alternativos os recursos dos quais dispõe determinados indivíduos organizados numa sociedade.

A microeconomia preocupa-se em explicar como é gerado o preço dos produtos finais e dos fatores de produção num equilíbrio, geralmente perfeitamente competitivo. Divide-se em:

Teoria do Consumidor: Estuda as preferências do consumidor analisando o seu comportamento, as suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. A partir dessa teoria se determina a curva de demanda.

Teoria da Firma: Estuda a estrutura econômica de organizações cujo objetivo é maximizar lucros. Organizações que para isso compram fatores de produção e vendem o produto desses fatores de produção para os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria se determina a curva de oferta.

Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação de fatores adquiridos pela empresa em produtos finais para a venda no mercado. Estuda as relações entre as variações dos fatores de produção e suas conseqüências no produto final. Determina as curvas de custo, que são utilizadas pelas firmas para determinar o volume ótimo de oferta.

A Microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos.

Assim, enquanto a Macroeconomia enfoca o comportamento da Economia como um todo, considerando variáveis globais como consumo agregado, renda nacional e investimentos globais, a análise microeconômica preocupa-se com a formação de preços de bens e serviços (por exemplo, soja, automóveis) e de fatores de produção (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos.

A teoria microeconômica não deve ser confundida com a economia de empresas pois tem enfoque distinto. A Microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela interação do conjunto de consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.

Do ponto de vista da economia de empresas, que estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil-financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia predomina a visão do mercado

Teoria do Consumidor

A Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os consumidores tomam decisões de compra e como eles enfrentam os tradeoffs* e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências.

Os principais instrumentos para a análise e determinação de consumo são a curva de indiferença e a restrição orçamentária.

Para a Teoria do Consumidor, as pessoas escolhem obter um bem em detrimento do outro em virtude da utilidade que ele lhe proporciona.

*Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto.


Mercado de Trabalho

A atividade econômica e o comportamento do mercado de trabalho

Regra geral, em períodos longos, o crescimento econômico conduz a um crescimento dos principais indicadores do mercado de trabalho. Os salários reais sobem, pois, como crescimento, mais bens são colocados a disposição da coletividade, assim como o nível de produtividade do trabalho é maior. Nenhuma inferência, contudo, pode ser extraída com relação à distribuição de renda. O emprego cresce porque ampliam-se as oportunidades de trabalho, seja pelo surgimento de novas ocupações, seja pelo aumento de novas vagas em firma já instalada. \a produtividade cresce porque, regra geral, utiliza maior quantidade de capital ou instrumentos de trabalho tecnologicamente mais avançados por unidade de trabalho. Além disso, os trabalhadores educam-se e treinam-se tornado-se mais eficientes. A rotatividade cresce com a ampliação das oportunidades de emprego, os trabalhadores têm maiores chances de mobilidade ocupacional e/ou entre firmas, ou mesmo buscam maior salário na mesma ocupação.

Pesquisa Mensal de Emprego

PME é uma pesquisa de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho.

Os dados são obtidos de uma amostra probabilística de, aproximadamente, 38.500 domicílios situados nas Regiões Metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Os dados referem-se a determinados períodos de tempo denominados Períodos de referência – os mais importantes são:

  • Semana de referência
    Semana de domingo a sábado, que precede a semana para a realização da entrevista.
  • Período de referência de 30 dias
    São os 30 dias que antecedem a semana fixada para a entrevista.
  • Mês de referência
    Aquele que antecede ao mês de realização da pesquisa. Os dados divulgados são relativos às pessoas de 15 anos e mais de idade e à semana de referência, com exceção da taxa de desemprego aberto que é divulgada também para o período de 30 dias e dos rendimentos que são relativos ao mês de referência da pesquisa.

2. Conceitos Principais

Introdução

A pesquisa segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho e objetiva produzir resultados que facilitem a análise de sua série em conjunto com as contas nacionais e que viabilizem a comparação a nível internacional.

Assim, os procedimentos metodológicos visam separar os indivíduos que trabalham daqueles que não trabalham (os que procuram trabalho e os inativos).

O conceito fundamental é o de trabalho: significa a ocupação econômica remunerada em dinheiro, produtos ou outras formas não monetárias, ou a ocupação econômica sem remuneração, exercida pelo menos durante 15 horas na semana, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou a instituições religiosas beneficentes ou em cooperativismo ou, ainda, como aprendiz ou estagiário. Para os indivíduos que trabalham investiga-se a ocupação, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, etc.

Para os indivíduos que procuram trabalho investiga-se a providência tomada, o tempo de procura, se trabalharam antes com ou sem remuneração, a ocupação, o ramo de atividade e a posição na ocupação do último trabalho. Para os inativos, se procuraram trabalho no período de referência de 30 ou 60 dias.

Conceitos População em Idade Ativa

Compreende as população economicamente ativa e a população não economicamente ativa.

I) População Economicamente Ativa

Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, apopulação ocupada e a população desocupada, assim definida: população ocupada – aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho mas não trabalharam (por exemplo, pessoas em férias).

As pessoas ocupadas são classificadas em:

  1. Empregados – aquelas pessoas que trabalham para um empregador ou ou mais, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração em Dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.).

Incluem- se, entre as pessoas empregadas, aquelas que prestam serviço militar obrigatório e os clérigos.

Os empregados são classificados segundo a existência ou não de carteira de trabalho assinada.

  1. Conta Própria – aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, sem empregados.
  2. Empregadores – aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, com auxílio de um ou mais empregados.
  3. Não Remunerados – aquelas pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem remuneração, pelo menos 15 horas na semana, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou em ajuda a instituições religiosas, beneficentes ou de cooperativismo, ou, ainda, como aprendiz ou estagiário.

População Desocupada – aquelas pessoas que não tinham trababalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.).

II) População Não Economicamente Ativa

As pessoas não classificadas como ocupadas ou desocupadas.

Rendimento do Trabalho

Para os empregados, considera-se a remuneração efetivamente recebida no mês de referência.

Assim sendo, incluem-se as parcelas referentes ao 13º, 14º, 15º salários e a participação nos lucros paga pela empresa, ou outra gratificação, no mês de referência. Para osempregadores e para as pessoas que trabalham por conta própria considera-se a retirada feita ou o ganho líquido recebido efetivamente no mês de referência.

Define-se como ganho líquido o rendimento bruto menos as despesas efetuadas com o negócio ou profissão (salário de empregados, despesas com matéria-prima, energia elétrica, telefone, etc.).

Para a pessoa que recebe, pelo seu trabalho, em produtos ou mercadorias, considera-se o valor de mercado dos produtos recebidos.

Para a pessoa que estiver licenciada por instituto de previdência, considera-se o rendimento bruto do benefício (auxílio-doença, auxílio por acidente de trabalho, etc.), efetivamente recebido no mês de referência.

3. Indicadores

A partir dos dados levantados pela pesquisa, são gerados mensalmente vários indicadores, como: Taxa de Desemprego Aberto – relação entre o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) e o número de pessoas economicamente ativas num determinado período de referência.

  1. Taxa de Desemprego Aberto – pessoas que nunca trabalharam – relação entre o número de pessoas desocupadas que nunca trabalharam e o número de pessoas economicamente ativas, num determinado período de referência.
  2. Taxa de Desemprego Aberto – pessoas que já trabalharam – relação entre o número de pessoas desocupadas que trabalharam e o número de pessoas economicamente ativas, num determinado período de referência.
  3. Taxa de Desemprego Aberto por Setor de Atividade – relação entre o número de pessoas desocupadas cujo último trabalho foi num determinado setor (indústria de transformação, comércio, construção civil, serviços ou outras atividades) e o número de pessoas economicamente ativas no respectivo setor, num determinado período de referência.

Taxa de Atividade – relação entre o número de pessoas economicamente ativas e o número de pessoas em idade ativa num determinado período de referência.

Proporção de Pessoas Ocupadas por Setor de Atividade – relação entre o número de pessoas ocupadas num determinado setor (indústria de transformação, comércio, construção civil, serviços ou outras atividades) e o número de pessoas ocupadas, num determinado período de referência.

Proporção de Pessoas Ocupadas por Posição na Ocupação – relação entre o número de pessoas ocupadas em cada posição (empregados com ou sem carteira assinada conta própria e empregadores) e o número de pessoas ocupadas, num determinado período de referência.

4. Sazonalidade dos Indicadores Alguns indicadores da Pesquisa Mensal de Emprego apresentam movimentos tipicamente sazonais, como, por exemplo, a diminuição do número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) no último trimestre do ano e o aumento dos rendimentos médios reais no mês de dezembro, Devido ao recebimento do 13º salário e gratificações normais nesta época do ano.


Índices de Inflação

Inflação

Em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Porém, é popularmente usada para se referir ao aumento geral dos preços. Inflação é o oposto de deflação. Índices de preços dentro de uma faixa entre 2 a 4,5% ao ano é uma situação chamada de estabilidade de preços. Inflação “zero” não é o que se deseja, pois pode estar denunciando a ocorrência de uma estagnação da economia, momento em que a renda e, consequentemente, a demanda, estão muito baixas, significando alto desemprego e crise.

Principais Índices de Inflação

Vejam abaixo uma lista dos pricipais índices de inflação do Brasil

Índice Geral de Preços do IBGE (IGP)

Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os de produtos no atacado, baseado numa amostragem de cerca de 500 mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final; o de preços ao consumidor, com base nas compras de famílias com renda de1 a33 salários mínimos, entra com 30 por cento; preços da construção civil, com 10 por cento de peso baseado em planilhas de custo de empresas de engenharia. Um dos menos precisos índices, justamente pela sua abrangência, num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgado em duas versões uma contendo apenas os preços do que é produzido internamente,(disponibilidade interna)e outra incluindo preços de importações.

 

Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da FGV

Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede sua modificação pelo governo e tinha como função, servir de corretor de contratos bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser divulgado e tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP, mas do dia 20 do mês anterior ao 20 do mês em questão.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV)

Os Índices Gerais de Preços da Fundação Getulio Vargas foram divulgados pela primeira vez em novembro de 1947, no número de estréia da Revista Conjuntura Econômica. Desde então registram as variações de preços de matérias-primas agropecuárias e industriais, de produtos intermediários e de bens e serviços finais.

Apresentam-se em três versões: Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). A diferença entre eles está no período de coleta das informações para cálculo do índice. O quadro a seguir compara o período de referência de cada versão do IGP. Os preços coletados em cada período são comparados aos levantados nos 30 dias imediatamente anteriores:

  • Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10)
  • Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M)
  • Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

A diferença entre eles está no período de coleta das informações para cálculo do índice. O quadro a seguir compara o período de referência de cada versão do IGP. Os preços coletados em cada período são comparados aos levantados nos 30 dias imediatamente anteriores:

 

O IGP-10 mede a evolução de preços no período compreendido entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. A série do IGP-10 teve início em 1993. O IGP-M é coletado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Sua série começa em 1989.

O IGP-DI é coletado entre o primeiro e o último dia do mês de referência. A série histórica retroage a 1944.

O IGP-M, diferentemente das demais versões, conta com um sistema de apurações prévias divulgadas antes do fechamento mensal. Essas prévias apresentam resultados parciais do índice com base na coleta realizada em períodos de dez dias.

A primeira prévia, divulgada com a denominação de primeiro decêndio, calcula as variações obtidas a partir das informações colhidas no período de21 a30 do mês anterior ao de referência, comparadas às levantadas ao longo dos trinta dias anteriores. A segunda prévia expande o período de coleta para 21 do mês anterior a 10 do mês de referência, apresentando resultados cumulativos. A terceira apuração é o próprio IGP-M.

Índice Quadrissemanal de Preços ao Consumidor da FIPE

Típico de uma economia hiper-inflacionária, é publicado toda semana, com as variações dos preços das quatro semanas anteriores. Restringe-se ao município de São Paulo e afere o custo de vida de famílias com rendas de2 a6 salários mínimos. Calcula os preços médios durante quatro semanas e divide pela mesma média de quatro semanas anteriores. Trata-se, portanto, de uma medida rápida das tendências de base dos preços. No índice FIPE a comida pesa 37 por cento do custo de vida das pessoas e a habitação 18 por cento.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE.

Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de1979 a1986.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no período de coleta dos preços.

Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) IBGE

Para rendas até quarenta salários mínimos.

Índices de Custo de Vida do DIEESE

Para três classes de renda, 1-3 salários mínimos, 1-5 e 1-30.Esse índice se distingue dos demais por incluir como itens essenciais do custo de vida, despesas com recreação, comunicação, cultura e lazer.

Índice da Cesta Básica (PROCON/DIEESE)

Pesquisado em 70 super-mercadosem São Paulo, englobando 31 produtos essenciais para famílias com renda até 10,3 salários mínimos; mede a variação ponta a ponta.


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Indicadores de Conjuntura

Indicadores de Conjuntura

São poucos e precários os indicadores de conjuntura econômica no Brasil. Eis os principais:

DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE)

Pesquisa industrial mensal: Mede a produção física acompanhando cerca de 700 produtos em 5 mil empresas com o que elabora quatro índices: a variação da produção do mês em relação ao mês anterior, e em relação ao mesmo mês do ano anterior; a variação da produção acumulada nos últimos 12 meses em relação a 12 meses anteriores, e a acumulada no ano, em relação ao mesmo período no ano anterior. Os índices são específicos por setores industriais (indústria da borracha, vestuário, veículos, etc), e por tipos de bens: bens de capital, bens intermediários, bens de consumo duráveis e os não duráveis. Os indicadores do IBGE ressentem-se da pequena amostragem, da não inclusão de serviços e da não atualização freqüente da amostragem em função da mudança do perfil produtivo do país.

Pesquisa mensal do comércio: Indicador iniciado em 1995, alcançando apenas mil estabelecimentos na região do Rio de Janeiro. Acompanha vendas, emprego e massa salarial no comércio. 

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV)

Sondagem Conjuntural: Afere a cada três meses a taxa de utilização, níveis de produção, emprego e intenções de investimento de 1440 empresas em dez segmentos da economia.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP)

Nível de Atividade Industrial: É divulgado na última quarta-feira do mês seguinte ao mês aferido, a partir de questionários respondidos por cerca de 700 indústrias que representam 30 por cento da produção industrial do Trata-se de um índice composto, pelos índices de variação mensal dos seguintes dados: total de pessoal ocupado pelas empresas; total de horas pagas; total de horas trabalhadas na produção;total de salários reais (deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor da FIPE); salário médio real; total de venda reais (deflacionadas pelo Índice de Preços ao Atacado da FGV); utilização da capacidade instalada.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS (CNI)

Indicador de Atividade na Indústria de Transformação: Levantado mês a mês, em âmbito nacional, com a variação do valor das vendas reais, pessoal empregado, horas trabalhadas na produção, total de salários pagos e ocupação da capacidade instalada.

OUTROS INDICADORES:

Investimentos: Investimentos em bens de produção são melhor termômetro precursor da atividade econômica, de grande visibilidade, pelo seguinte mecanismo: em regime de produção invariante, empresários apenas repõem equipamento, na proporção do desgaste regular estimado em 10 por cento do capital produtivo existente; se a produção sobe, digamos 10 por cento, além da reposição normal, empresários ampliam seus equipamentos. Mesmo se os ampliarem em apenas 3 por cento, as compras de equipamentos se expandem em 30 por cento (dos 10 por cento do estoque, para 13 por cento do estoque). No sentido inverso, quedas na produção levam a adiamentos mais do que proporcionais nas reposições de bens de capital. É possível inferir o ritmo de investimentos, pelo volume de contratos de financiamentos de bens de capital do programa FINAME, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, uma das principais fontes de financiamentos de bens de capital.

Índices de comércio: A Associação Comercial de São Paulo divulga agregados de comércio e de pagamentos que indicam a se está havendo melhoria ou deterioração no volume e qualidade das vendas: número de falências e concordatas requeridas e decretadas, volume de títulos protestados na capital, por setor de comércio, volume de consultas aos serviços de proteção ao crédito. Os indicadores têm que ser interpretados. Pode haver aumento no número de concordatas requeridas devido às freqüentes mudanças na lei de falência ou outras leis, e não em decorrência de uma crise.

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), ligada à USP, criou um indicador composto precursor da atividade econômica de validade discutível, que se vale de dados acessíveis e de compilação rápida ligados à movimentação de pessoas e mercadoria: variação no número de passageiros nos ônibus urbanos e no metrô, consumo de energia elétrica e combustíveis, consultas ao crédito; número de passageiros embarcados no aeroporto de Cumbica e terminal rodoviário.

Ibovespa – Índice Bovespa

O Indice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. É formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.

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PIB e PNB

PIB e PNB

Qual a diferença entre PIB e PNB?

Um dos principais indicadores que demonstram a realidade econômica de um país ou região é o PIB (Produto Interno Bruto). Tal indicador nada mais é do que a mensuração de todos os bens e serviços, ou seja, de toda a riqueza produzida. Uma das maiores confusões em relação ao PIB é a diferença entre o mesmo e outro importante indicador econômico: o PNB (Produto Nacional Bruto).

PIB ou PNB?

Uma das confusões em torno do PIB é a que mistura taxas trimestrais de crescimento, divulgadas periodicamente pelo IBGE com taxas anuais. A taxa trimestral mede o crescimento do PIB num trimestre em relação ao trimestre anterior e se constitui numa medida mais aproximada de velocidade corrente de crescimento do PIB. Essa taxa é anualizada, ou seja, indica o quanto o PIB cresceria no ano todo se sua velocidade de expansão continuasse a mesma. Para se evitar confusões no tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base inicial da medida como 100, e aplicar sobre ela os índices de crescimento divulgados. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em curso.

Embora o conceito de PIB seja preferido na maior parte do mundo, como no Brasil e Grã Bretanha, o PNB é utilizado especialmente em determinados países, como nos Estados Unidos, por exemplo.


O PIB representa todas as riquezas produzidas dentro das fronteiras de uma região, independentemente do destino dessa renda. O conceito de PIB também descarta a entrada de verbas do exterior. O que é levado em consideração é simplesmente aquilo que é produzido dentro das fronteiras da região ou país.


Já o PNB considera todos os valores que um país, por exemplo, recebe do exterior, além das riquezas que foram apropriadas por outras economias, ou seja, os valores que saem. É justamente essa a diferença: o PNB considera as rendas enviadas e recebidas do exterior, enquanto o PIB, não.

Desta forma, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o PNB normalmente é menor que o PIB, uma vez que as transnacionais enviam grande parte de seus lucros para seus países de origem. Da mesma forma, em países com muitas empresas de atuação global, como nos Estados Unidos, o PNB tende a ser maior, já que há uma grande absorção dos lucros gerados por suas empresas no exterior.

Portanto: O PIB, descontado dessa renda enviada ao exterior, ou somado à renda recebida do exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, está mais próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional Bruto, descontadas as perdas por depreciação, é exatamente igual à Renda Nacional Líquida. Assim:

PIB – Renda enviada ao exterior + Renda recebida do exterior = PNB

PNB – Depreciação = Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Liquida.

Renda Nacional Líquida / População = Renda Per Capita

 

100 Maiores PIB’s Mundiais

Lugar País PIB
(milhões de USD)
 Mundo 62 911 253
 União Europeia
16 242 256
1
 Estados Unidos
14 526 550
2
 China
5 878 257
3
 Japão
5 458 797
4
 Alemanha
3 286 451
5
 França
2 562 742
6
 Reino Unido
2 250 209
7
 Brasil
2 090 314
8
 Itália
2 055 114
9
 Índia
1 631 970
10
 Canadá
1 577 040
11
 Rússia
1 479 825
12
 Espanha
1 409 946
13
 Austrália
1 237 363
14
 México
1 034 308
15
 Coreia do Sul
1 014 482
16
 Países Baixos
780 668
17
 Turquia
735 487
18
 Indonésia
706 752
19
 Suíça
527 920
20  Polónia 469 401
21
 Bélgica
467 779
22
 Suécia
458 725
23
 Arábia Saudita
448 360
24
 Taiwan
429 845
25
 Noruega
412 990
26
 Irã
407 382
27
 Áustria
377 382
28
 Argentina
369 992
29
 África do Sul
363 655
30
 Tailândia
318 908
31
 Dinamarca
309 866
32
 Grécia
305 415
33
 Emirados Árabes Unidos
302 039
34
 Venezuela
293 268
35
 Colômbia
289 433
36
 Finlândia
239 177
37
 Malásia
237 959
38
 Portugal
229 154
39
 Hong Kong
224 459
40
 Singapura
222 699
41
 Egito
218 465
42
 Israel
217 445
43
 Irlanda
206 985
44
 Chile
203 299
45
 Nigéria
202 576
46
 Filipinas
199 591
47
 República Checa
192 030
48
 Paquistão
176 870
49
 Roménia
161 629
50
 Argélia
157 759
51
 Peru
153 802
52
 Cazaquistão
148 047
53
 Nova Zelândia
140 509
54
 Ucrânia
137 934
55
 Kuwait
132 569
56
 Hungria
130 421
57
 Catar
127 332
58
 Bangladesh
105 560
59
 Vietname
103 574
60
 Marrocos
91 135
61
 Eslováquia
87 450
62
 Angola
82 471
63
 Iraque
81 112
64
 Líbia
71 336
65
 Sudão
65 389
66
 Croácia
60 834
67
 Síria
59 330
68
 Equador
57 978
69
 Omã
57 851
70
 Luxemburgo
55 195
71
 Bielorrússia
54 713
72
 Azerbaijão
54 370
73
 República Dominicana
51 626
74
 Sri Lanka
49 536
75
 Eslovênia
47 733
76
 Bulgária
47 702
77
 Myanmar
45 428
78
 Tunísia
44 278
79
 Guatemala
41 178
80
 Uruguai
40 272
81
 Líbano
39 236
82
 Uzbequistão
38 987
83
 Sérvia
38 009
84
 Lituânia
36 370
85
 Costa Rica
35 789
86
 Gana
32 321
87
 Quênia
32 092
88
 Iémen/Iêmen
31 315
89
 Etiópia
29 717
90
 Panamá
26 808
91
 Jordânia
26 447
92
 Letônia
24 013
93
 Chipre
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 Costa do Marfim
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 Bahrein
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 Tanzânia
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 Camarões
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 El Salvador
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 Trinidad e Tobago
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 Turquemenistão
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Reportagem de  Ilton Caldeira, iG São Paulo – 04/04/2012 05:40

Especialistas apontam que PIB deve crescer entre 3% e 3,5% em 2012; projeções do governo apontam um resultado de 4,5% neste ano

Estímulo à indústria deve ter pouco efeito para melhorar o resultado do PIB

O pacote de incentivo à indústria deverá ter pouco efeito para o crescimento da economia em 2012. Segundo especialistas, o efeito das medidas pode gerar algum crescimento no curto prazo, mas será um desempenho volátil. Para gerar um cresicmento mais sustentável, em bases mais sólidas, é necessário uma ampla reforma tributária, além de mudanças na estrutura de gastos de custeio do governo com a operação da máquina pública e melhorias na infraestutura do País.

Nesta terça-feira o Governo Federal apresentou medidas para ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional, reforçando ações sobre o câmbio e na área tributária, com a desoneração da folha de pagamento, junto com estímulos à produção de bens e equipamentos no Brasil.

Foram anunciadas ainda medidas para reduzir o custo do comércio exterior e de defesa comercial. Mudanças nas condições de crédito, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), e condições mais favoráveis para a indústria automobilística nacional também foram apresentadas.

O pacote no total soma R$ 60,4 bilhões, sendo que desse montante R$ 3,1 bilhões representam renuncia fiscal pela União.

Foto: AE/PAULO PINTO

Funcionários trabalham na ala de pintura de carrocerias em fábrica da Volkswagen: estímulo à produção é positivo, mas gargalos de infraestrutura precisam ser solucionados

Na avaliação do economista Antonio Correa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), as medidas são positivas, mas de forma isolada não produzem um grande efeito para o desempenho da economia. Segundo Lacerda, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter um desempenho entre 3% e 3,5% este ano.

“Medidas de desoneração são sempre positivas, mas precisam estar aliadas com outras políticas, como a redução dos juros”, diz Lacerda. “Estamos competindo com países como a China e a Coreia que utilizam diversos mecanismos de incentivo para a economia. Precisamos atacar o problema da infraestrutura e da logística que também tiram a competitividade dos produtos nacionais”, acrescenta.

Para este ano, o governo projeta um crescimento de 4,5%. Na segunda-feira, o Banco Central divulgou o relatório Focus com as projeções do mercado financeiro para o desempenho da economia. O documento aponta que os analistas voltaram a reduzir a estimativa de crescimento do PIB, que passou de 3,23% para 3,2% em 2012.

Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados sobre o desempenho da produção industrial. Os números mostram que apesar de ter crescido 1,3% na comparação com janeiro, mês em que houve queda de1,5% no setor de produção, o resultado segue fraco, com retração de 3,9% sobre o desempenho do mesmo período do ano passado.

Flávio Serrano, economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, avalia que as medidas são positivas e vão no sentido de reduzir impostos e aliviar o sufoco dos setor privado.”Mas é uma medida temporária e que não ataca o problema tributário mais complexo, nem as deficiências da fraca infraestrutura do País”, diz.

Segundo Serrano, parte da crise do setor de produção decorre do cenário de conjuntura internacional já que o segmento industrial é o que mais lida com a economia externa e sofre mais diretamente seus efeitos agora durante a crise que atinge os Estados Unidos e a Europa. “O impacto das medidas no PIB deve ser marginal e o crescimento este ano não deve passar de 3,5%. Pode haver uma aceleração da economia no curto prazo, mas será um comportamento mais volátil”, completa.

Desempenho da indústria

Variação do indicador de produção com ajustes sazonal

O economista Pedro Paulo Silveira, da TOV Asset Management, analisa que as medidas podem fazer pouco pelo setor diante da queda de demanda global. As economias ricas estão passando por um forte desemprego, com mais de 17 milhões de pessoas sem trabalho somente na Europa, e perda do poder de compra. “Esse cenário reduz o potencial dos mercados mais desenvolvidos para os produtos brasileiros”, diz. “Além disso, mais protecionismo pode gerar mais problemas que soluções para a economia. As contrapartidas também não estão muito claras e não há garantias de que o setor produtivo não irá repassar possíveis aumentos de custos e matérias-primas para os demais elos da cadeia. Isso pode gerar pressões inflacionárias e comprometer os objetivos do Banco Central.”

Desempenho fraco

A redução do desempenho do setor industrial contribui para que o PIB de 2011 não tivesse um crescimento mais robusto. No ano passado, o setor produtivo registrou crescimento de 1,6%, contra 2,7% dos serviços e 3,9% da agropecuária.

No ano passado, a indústria de transformação ficou praticamente estagnada em relação a 2010, com variação de 0,1% influenciada, principalmente pela redução do valor adicionado de automóveis, vestuário, metalurgia e máquinas, entre outros.

De acordo com o IBGE, a variação negativa da indústria foi puxada pela queda de -3,1% na Indústria de transformação. O desempenho ruim da indústria de transformação foi atribuído à redução da produção de têxteis, artigos de vestuário, calçados, máquinas e equipamentos.