Microeconomia / Teoria da Firma / Teoria dos Custos – 31/10/2011

Teoria da Firma / Teoria da Produção

Conceitos Fundamentais

Firma ou empresa: a unidade básica de produção de bens ou prestação de serviços.

Processo produtivo: consiste na combinação de fatores de produção (terra, trabalho, capital) e demais insumos, para resultar num bem ou serviço (chamado de produto).

Empresário: responsável pelas decisões sobre a produção – quais produtos serão gerados, quais métodos e técnicas serão utilizados, qual a combinação de fatores de produção será adotada. Para simplificar, adotamos o modelo do empresário-proprietário (distinto do executivo contratado). O primeiro é dono do capital e pode obter lucro ou prejuízo, isto é, corre riscos.

Curto prazo: no processo produtivo, o curto prazo é aquele período de tempo no qual pelo menos um dos fatores de produção é fixo. Ou seja, quando consideramos uma fazenda ou sítio, a terra, por exemplo, não será ampliada em extensão (o que envolveria novos investimentos). Numa fábrica ou oficina, o capital físico (máquinas, instalações) também será constante, podendo variar o fator trabalho e as matérias-primas, energia, etc.

Longo prazo: considera-se aqui um período mais amplo de tempo, no qual todos os fatores são considerados variáveis.

Função de produção: é a relação matemática que expressa as quantidades dos diversos insumos necessárias à produção de uma unidade do bem final. De forma alternativa, também pode ser entendida como a quantidade máxima do bem final, que se obtém com o uso de quantidades definidas dos fatores de produção. Seu formato geral é:

Q = f (N, T, K)

Q = quantidade do bem final

N = recursos naturais utilizados (o fator terra, ou natureza)

T = quantidades de trabalho utilizadas

K = quantidades de capital utilizadas

Em geral, com a tecnologia disponível em cada momento, há mais de uma função de produção possível para cada bem ou serviço que se deseja produzir. A alternativa mais conhecida é aquela que combina muito trabalho e pouco capital (máquinas) ou muito capital e pouco trabalho. Cabe ao empresário a definição da função de produção mais adequada. Essa decisão corresponde à resposta à pergunta “Como produzir?”, mencionada na Aula 1 (reveja).

O empresário tomará essa decisão baseado no critério de eficiência. Há duas conotações diferentes para esse termo:

eficiência técnica: significa o máximo de produto físico possível usando o mínimo de quantidade física possível de fatores de produção. Ou seja, entre dois métodos, aquele que permite a obtenção da mesma quantidade do bem final com o uso de menores quantidades de todos ou de pelo menos um dos fatores de produção; é o mais eficiente em termos técnicos;

eficiência econômica: neste conceito, devemos considerar os preços dos fatores de produção. Será mais eficiente em termos econômicos aquele método que representar menor custo de produção para produzir o mesmo volume de bens finais. O método mais eficiente em termos econômicos pode divergir daquele mais eficiente em termos técnicos, porque os preços dos fatores variam diferentemente entre si. Talvez o uso do fator trabalho em maior escala não seja tecnicamente mais eficiente, mas economicamente pode ser que sim, se o trabalho se desvalorizar ou se o capital se valorizar mais que aquele fator.

O critério da eficiência econômica é o que irá pesar na decisão do empresário sobre a melhor função de produção para sua empresa, dada a escolha do produto.

Receita, Custo e Lucro

O objetivo de toda firma, numa economia de mercado, é o lucro. Ignoraremos aqui as organizações sem fins lucrativos e o governo, tomando somente as empresas que visam lucro.

Por definição, os lucros são obtidos pela diferença entre a Receita Total da empresa e seus Custos Totais. No caso da receita, basta multiplicar a quantidade total de produtos vendidos por período de tempo (mês, ano) por seus preços. Assim, RT = Q x P.

Já no tocante aos custos, os economistas têm uma apreciação diferente dos contabilistas. Estes últimos consideram custos apenas as despesas efetivamente incorridas para realizar as atividades da empresa. Para os economistas, estes custos (explícitos) são somente uma parte do total. Há custos implícitos que devem ser computados.

Chamamos custo de oportunidade os custos representados pelo que se deixa de ganhar de um lado para poder ganhar de outro. Se você resolver guardar dinheiro para abrir um negócio, no momento de retirar esse dinheiro para iniciar de fato as atividades, você estará perdendo a remuneração da aplicação financeira em que estava posicionado. Esse é o custo de oportunidade de seu novo negócio.

Ele deve ser acrescentado aos custos explícitos (aluguel, compra de materiais etc.) para obter-se o custo total.

Na maioria das atividades produtivas, há um custo pelo uso da terra: na agricultura, o aumento ou queda da produção não influenciará a cada momento o dispêndio com novas glebas, o qual será constante.

Se a terra for alugada, o valor do aluguel tampouco se altera com as mudanças na produção. Na área urbana – cujas atividades típicas são a indústria, o comércio e os serviços -, além do custo de aquisição ou aluguel de terrenos, há também o custo das edificações, próprias (depreciação) ou alugadas.

O mesmo vale para o maquinário: não se altera em curto prazo e tem custos fixos de manutenção e depreciação. Há, ainda, custos fixos ligados à área administrativa. Todos esses custos são, de certa forma, independentes do volume de produção. A rigor, mesmo com produção zero, o empresário incorrerá neles.

Pense numa fábrica de jeans, ou num escritório de informática. Parece claro que, se a demanda aumentar, o empresário contratará mais mão-de-obra direta (aquela que é utilizada na atividade-fim da empresa): operários têxteis no primeiro exemplo, digitadores, programadores e analistas no segundo. Mas, e quanto ao setor administrativo (Deptos. de Pessoal, Financeiro, Almoxarifado, Serviços Gerais)?

Aumentará e diminuirá de acordo com os movimentos da produção? Óbvio que não.

Isso somente ocorrerá se a escala geral da empresa aumentar em caráter mais definitivo (e, nesta hipótese, provavelmente o terreno, as instalações físicas e o maquinário também terão que ser ampliados). Essa situação caracteriza o longo prazo – não o curto prazo, no qual um ou alguns fatores são fixos

No curto prazo, costumam variar a mão-de-obra direta, as matérias-primas, a energia, o combustível utilizado e alguns outros fatores relacionados ao volume da produção. Porém, terra, maquinário, instalações físicas, serviços administrativos e gerais costumam ser fixos – não variam com os fluxos da produção. Isto altera as noções de custo que vimos até o momento.

Precisamos separar o Custo Total em Custo Fixo e Custo Variável.

Custo fixo é o que ocorre independentemente do ato produtivo (venda), e desse modo são entendidos todos os custos suportados para que a empresa se encontre apta a funcionar: aluguel, impostos prediais, depreciações, vigilância, despesas administrativas.

Custo variável é o que ocorre à medida que a  produção (venda) se desenvolve, como a matéria prima, a mão de obra, custo dos produtos vendidos e, quase sempre, comissões, impostos sobre as vendas.

O custo fixo e o custo variável têm conceitos antagônicos,  numa situação é constante e na outra varia, e vice-versa; pode ser visualizado da seguinte forma:

Espécie de custo

   Em relação à variação do volume

 Fixo

Não varia

 Variável

 Varia proporcionalmente ao volume 

Teoria dos Custos

Comportamento dos Custos de Produção no Curto Prazo

O exemplo numérico que exporemos a seguir reflete, de maneira bastante simplificada, a visão que os economistas têm sobre o comportamento dos custos de produção no curto prazo.

Numa determinada empresa (Cia. ALPHA), em que o volume mensal de produção possível varia entre zero e dez unidades, o comportamento dos custos está representado na planilha abaixo

Se a empresa nada produzir, ela terá $ 15,00 de custo fixo. Se ela fabricar uma unidade do produto, seu custo total será de $ 17,00 correspondente à soma de $ 15,00 do custo fixo com o custo variável de $ 2,00. Caso a empresa produza duas unidades, o custo total aumenta para $ 18,50 pois, embora o custo fixo permaneça em $ 15,00, o custo variável da fabricação aumenta para $ 3,50. Da mesma forma, a produção de três unidades eleva o custo total para $ 19,50, pois o custo variável correspondente é de $ 4,50, e assim por diante. A produção máxima de 10 unidades implica um custo total de $ 52,50 ($ 37,50 de custo variável mais $ 15,00 de custo fixo).

Break-Even Point – Ponto de Equilíbrio

O objetivo de toda empresa, numa economia de mercado, é o lucro. Este, por definição, é a diferença entre a Receita total e o Custo total. Qual será o ponto que maximiza o lucro da empresa?

O raciocínio é simples: enquanto a próxima unidade produzida e vendida trouxer um acréscimo de receita maior que o custo de produção dessa unidade, haverá um crescimento do lucro total da empresa. Em outras palavras, enquanto a Receita Marginal for superior ao Custo Marginal, o lucro total aumentará. A receita é o produto da quantidade vendida pelo preço de mercado, ou seja,

RT = P x Q

Nessas condições, estamos supondo que o produtor não influencia o preço de mercado. Ou seja, estamos trabalhando com o modelo da concorrência perfeita (reveja a aula anterior). Assim, o preço é fixo, o que faz com que a Receita Marginal seja constante (a empresa receberá pela próxima unidade o mesmo que recebeu pela última). Por sua vez, o Custo Marginal apresenta tendência crescente, a partir da manifestação da Lei dos Rendimentos Decrescentes. Desta forma, a quantidade em que o Custo Marginal se iguala à Receita Marginal representa o ponto de lucro máximo da empresa. Quantidades menores que essa implicam em que há espaço para ganhar lucros adicionais com o aumento da produção e das vendas; quantidades superiores a essa trarão um Custo Marginal maior que a Receita Marginal, reduzindo o lucro total da empresa. Podemos ver esse processo no gráfico abaixo:

A quantidade qe maximiza o lucro da empresa, ao igualar a receita marginal e o custo marginal. Qualquer quantidade à sua esquerda significa lucros menores, pois ainda há espaço para obter RMg > CMg. Qualquer ponto à direita de qe trará prejuízo, reduzindo o lucro total da empresa.

Agora, vamos buscar o extremo oposto, isto é, o ponto abaixo do qual a empresa fechará as portas. Rigorosamente, esse ponto é o que apresenta lucro zero. Neste ponto, a receita da empresa cobre inteiramente os seus custos, sem nenhuma sobra, ou seja:

LT = 0           –>           RT – CT = 0           –>           RT = CT

Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas.  No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.

Atualmente na busca da competitividade é fundamental que as empresas conheçam o seu Ponto de Equilíbrio, para tanto, precisam desenvolver essa ferramenta gerencial.

Como já sabemos a diferença entre custo fixo e variável, resta-nos esclarecer o que é Margem de Contribuição:

Chamamos de margem de Contribuição a diferença entre Vendas totais e Custos Variáveis totais.

Exemplo: Vendas totais 100,00 (menos) custos variáveis totais  70,00  =  margem  30,00 .

(100,00 – 70,00) = 30,00 / 100 = 30% (margem em percentual)

São poucas as pequenas organizações empresariais que sabem quais as quantidades mínimas de produtos a serem produzidos ou vendidos para que obtenham resultados positivos, e isto ocorre porque muitas não enxergam o Ponto de Equilíbrio como uma técnica muito útil, de fácil aplicação e outros até mesmo por desconhecê-lo.

Não existe Ponto de Equilíbrio que se possa afirmar ser o ideal. Ele deve ser o mais baixo possível. Quando menor o ponto de equilíbrio, mais segurança para a empresa não entrar na área de prejuízo.

Há várias formas de se  calcular o Ponto de Equilíbrio, usaremos a mais tradicional, onde, conforme o explicado anteriormente, o valor das receitas iguala-se ao das despesas.

O Ponto de Equilíbrio é o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição.

Exemplo:

 Vendas Totais 100,00

Custos Variáveis Totais  70,00

% margem de contribuição = 30,00     ou    30%

Valor total dos Custos e Despesas Fixas =  15,00

PE = (Custos e Despesas fixas / % margem)

PE  =   15,00 / 30% =  50,00

Dados acima

Ponto de Equilíbrio

Vendas totais

100,00

100,00%

50,00

100,00%

(-) Custos  Variáveis totais

70,00

70,00%

35,00

70,00%

(=) Margem de Contribuição

30,00

30,00%

15,00

30,00%

(-) Custo Fixo Total

15,00

15,00%

15,00

30,00%

(=) Lucro

15,00

15,00%

0,00

0,00%

 Como podemos observar no exemplo, vendendo 100,00, teremos um lucro de 15,00. Se vendermos apenas 50,00, que é o Ponto de Equilíbrio, não teremos lucro nem prejuízo.


Perguntas do dia 24/10/2011

1 – Defina Microeconomia

R:

2 – Como se divide a Microeconomia?

R:

3 – O que estuda a Teoria do Consumidor?

R:


Microeconomia / Teoria do Consumidor

Microeconomia

A Microeconomia é definida como um problema de alocação de recursos escassos em relação a uma série possível de fins. Os desdobramentos lógicos desse problema levam ao estudo do comportamento econômico individual de consumidores, e firmas bem como a distribuição da produção e rendimento entre eles. A Microeconomia é considerada a base da moderna teoria econômica, estudando suas relações fundamentais.

As famílias são consideradas fornecedores de trabalho e capital e demandantes de bens de consumo. As firmas são consideradas demandantes de trabalho e fatores de produção e fornecedoras de produtos.

Os consumidores maximizam a utilidade a partir de um orçamento determinado. As firmas maximizam lucro a partir de custos e receitas possíveis.

A microeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que estabelecem preços relativos entre os produtos e serviços, alocando de modos alternativos os recursos dos quais dispõe determinados indivíduos organizados numa sociedade.

A microeconomia preocupa-se em explicar como é gerado o preço dos produtos finais e dos fatores de produção num equilíbrio, geralmente perfeitamente competitivo. Divide-se em:

Teoria do Consumidor: Estuda as preferências do consumidor analisando o seu comportamento, as suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. A partir dessa teoria se determina a curva de demanda.

Teoria da Firma: Estuda a estrutura econômica de organizações cujo objetivo é maximizar lucros. Organizações que para isso compram fatores de produção e vendem o produto desses fatores de produção para os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria se determina a curva de oferta.

Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação de fatores adquiridos pela empresa em produtos finais para a venda no mercado. Estuda as relações entre as variações dos fatores de produção e suas conseqüências no produto final. Determina as curvas de custo, que são utilizadas pelas firmas para determinar o volume ótimo de oferta.

A Microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos.

Assim, enquanto a Macroeconomia enfoca o comportamento da Economia como um todo, considerando variáveis globais como consumo agregado, renda nacional e investimentos globais, a análise microeconômica preocupa-se com a formação de preços de bens e serviços (por exemplo, soja, automóveis) e de fatores de produção (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos.

A teoria microeconômica não deve ser confundida com a economia de empresas pois tem enfoque distinto. A Microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela interação do conjunto de consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.

Do ponto de vista da economia de empresas, que estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil-financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia predomina a visão do mercado

Teoria do Consumidor

A Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os consumidores tomam decisões de compra e como eles enfrentam os tradeoffs* e as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e preferências.

Os principais instrumentos para a análise e determinação de consumo são a curva de indiferença e a restrição orçamentária.

Para a Teoria do Consumidor, as pessoas escolhem obter um bem em detrimento do outro em virtude da utilidade que ele lhe proporciona.

*Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto.


Mercado de Trabalho

A atividade econômica e o comportamento do mercado de trabalho

Regra geral, em períodos longos, o crescimento econômico conduz a um crescimento dos principais indicadores do mercado de trabalho. Os salários reais sobem, pois, como crescimento, mais bens são colocados a disposição da coletividade, assim como o nível de produtividade do trabalho é maior. Nenhuma inferência, contudo, pode ser extraída com relação à distribuição de renda. O emprego cresce porque ampliam-se as oportunidades de trabalho, seja pelo surgimento de novas ocupações, seja pelo aumento de novas vagas em firma já instalada. \a produtividade cresce porque, regra geral, utiliza maior quantidade de capital ou instrumentos de trabalho tecnologicamente mais avançados por unidade de trabalho. Além disso, os trabalhadores educam-se e treinam-se tornado-se mais eficientes. A rotatividade cresce com a ampliação das oportunidades de emprego, os trabalhadores têm maiores chances de mobilidade ocupacional e/ou entre firmas, ou mesmo buscam maior salário na mesma ocupação.

Pesquisa Mensal de Emprego

A PME é uma pesquisa de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho.

Os dados são obtidos de uma amostra probabilística de, aproximadamente, 38.500 domicílios situados nas Regiões Metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Os dados referem-se a determinados períodos de tempo denominados Períodos de referência – os mais importantes são:

  • Semana de referência
    Semana de domingo a sábado, que precede a semana para a realização da entrevista.
  • Período de referência de 30 dias
    São os 30 dias que antecedem a semana fixada para a entrevista.
  • Mês de referência
    Aquele que antecede ao mês de realização da pesquisa. Os dados divulgados são relativos às pessoas de 15 anos e mais de idade e à semana de referência, com exceção da taxa de desemprego aberto que é divulgada também para o período de 30 dias e dos rendimentos que são relativos ao mês de referência da pesquisa.

2. Conceitos Principais

Introdução

A pesquisa segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho e objetiva produzir resultados que facilitem a análise de sua série em conjunto com as contas nacionais e que viabilizem a comparação a nível internacional.

Assim, os procedimentos metodológicos visam separar os indivíduos que trabalham daqueles que não trabalham (os que procuram trabalho e os inativos).

O conceito fundamental é o de trabalho: significa a ocupação econômica remunerada em dinheiro, produtos ou outras formas não monetárias, ou a ocupação econômica sem remuneração, exercida pelo menos durante 15 horas na semana, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou a instituições religiosas beneficentes ou em cooperativismo ou, ainda, como aprendiz ou estagiário. Para os indivíduos que trabalham investiga-se a ocupação, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, etc.

Para os indivíduos que procuram trabalho investiga-se a providência tomada, o tempo de procura, se trabalharam antes com ou sem remuneração, a ocupação, o ramo de atividade e a posição na ocupação do último trabalho. Para os inativos, se procuraram trabalho no período de referência de 30 ou 60 dias.

Conceitos População em Idade Ativa

Compreende as população economicamente ativa e a população não economicamente ativa.

I) População Economicamente Ativa

Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada, assim definida: população ocupada – aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho mas não trabalharam (por exemplo, pessoas em férias).

As pessoas ocupadas são classificadas em:

  1. Empregados – aquelas pessoas que trabalham para um empregador ou ou mais, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração em Dinheiro ou outra forma de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.).

Incluem- se, entre as pessoas empregadas, aquelas que prestam serviço militar obrigatório e os clérigos.

Os empregados são classificados segundo a existência ou não de carteira de trabalho assinada.

  1. Conta Própria – aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, sem empregados.
  2. Empregadores – aquelas pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão ou ofício, com auxílio de um ou mais empregados.
  3. Não Remunerados – aquelas pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem remuneração, pelo menos 15 horas na semana, em ajuda a membro da unidade domiciliar em sua atividade econômica, ou em ajuda a instituições religiosas, beneficentes ou de cooperativismo, ou, ainda, como aprendiz ou estagiário.

População Desocupada – aquelas pessoas que não tinham trababalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.).

II) População Não Economicamente Ativa

As pessoas não classificadas como ocupadas ou desocupadas.

Rendimento do Trabalho

Para os empregados, considera-se a remuneração efetivamente recebida no mês de referência.

Assim sendo, incluem-se as parcelas referentes ao 13º, 14º, 15º salários e a participação nos lucros paga pela empresa, ou outra gratificação, no mês de referência. Para os empregadores e para as pessoas que trabalham por conta própria considera-se a retirada feita ou o ganho líquido recebido efetivamente no mês de referência.

Define-se como ganho líquido o rendimento bruto menos as despesas efetuadas com o negócio ou profissão (salário de empregados, despesas com matéria-prima, energia elétrica, telefone, etc.).

Para a pessoa que recebe, pelo seu trabalho, em produtos ou mercadorias, considera-se o valor de mercado dos produtos recebidos.

Para a pessoa que estiver licenciada por instituto de previdência, considera-se o rendimento bruto do benefício (auxílio-doença, auxílio por acidente de trabalho, etc.), efetivamente recebido no mês de referência.

3. Indicadores

A partir dos dados levantados pela pesquisa, são gerados mensalmente vários indicadores, como: Taxa de Desemprego Aberto – relação entre o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) e o número de pessoas economicamente ativas num determinado período de referência.

  1. Taxa de Desemprego Aberto – pessoas que nunca trabalharam – relação entre o número de pessoas desocupadas que nunca trabalharam e o número de pessoas economicamente ativas, num determinado período de referência.
  2. Taxa de Desemprego Aberto – pessoas que já trabalharam – relação entre o número de pessoas desocupadas que trabalharam e o número de pessoas economicamente ativas, num determinado período de referência.
  3. Taxa de Desemprego Aberto por Setor de Atividade – relação entre o número de pessoas desocupadas cujo último trabalho foi num determinado setor (indústria de transformação, comércio, construção civil, serviços ou outras atividades) e o número de pessoas economicamente ativas no respectivo setor, num determinado período de referência.

Taxa de Atividade – relação entre o número de pessoas economicamente ativas e o número de pessoas em idade ativa num determinado período de referência.

Proporção de Pessoas Ocupadas por Setor de Atividade – relação entre o número de pessoas ocupadas num determinado setor (indústria de transformação, comércio, construção civil, serviços ou outras atividades) e o número de pessoas ocupadas, num determinado período de referência.

Proporção de Pessoas Ocupadas por Posição na Ocupação – relação entre o número de pessoas ocupadas em cada posição (empregados com ou sem carteira assinada conta própria e empregadores) e o número de pessoas ocupadas, num determinado período de referência.

4. Sazonalidade dos Indicadores Alguns indicadores da Pesquisa Mensal de Emprego apresentam movimentos tipicamente sazonais, como, por exemplo, a diminuição do número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) no último trimestre do ano e o aumento dos rendimentos médios reais no mês de dezembro, Devido ao recebimento do 13º salário e gratificações normais nesta época do ano.

Dados da Pesquisa Mensal de Emprego

IBGE – PIA – São Paulo

População em Idade Ativa (1.000 pessoas) – São Paulo

Sexo

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

Total

16.547

16.551

16.623

16.687

16.702

16.763

Homem

7.737

7.728

7.787

7.834

7.857

7.864

Mulher

8.810

8.822

8.836

8.853

8.845

8.899

População em Idade Ativa (1.000 pessoas) – São Paulo

Idade

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

Total

16.546

16.552

16.623

16.687

16.702

16.763

10 a 14 anos

1.513

1.519

1.501

1.502

1.484

1.487

15 a 17 anos

914

936

921

932

930

945

18 a 24 anos

2.256

2.211

2.189

2.141

2.149

2.164

25 a 49 anos

7.281

7.234

7.313

7.335

7.389

7.380

50 anos ou mais

4.582

4.652

4.699

4.777

4.750

4.787

IBGE – PEA – São Paulo

População Economicamente Ativa (1.000 pessoas) – São Paulo

Sexo

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

Total

9.896

9.882

9.911

9.854

9.887

9.937

Homem

5.324

5.292

5.327

5.306

5.349

5.376

Mulher

4.573

4.590

4.585

4.548

4.538

4.561

População Economicamente Ativa (1.000 pessoas) – São Paulo

Idade

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

Total

9.896

9.882

9.912

9.854

9.886

9.936

10 a 14 anos

18

23

25

12

14

21

15 a 17 anos

222

232

201

196

198

209

18 a 24 anos

1.793

1.741

1.723

1.654

1.674

1.704

25 a 49 anos

5.997

5.961

6.018

6.007

6.053

6.049

50 anos ou mais

1.866

1.925

1.945

1.985

1.947

1.953

Taxa de Atividade (%) – São Paulo

Sexo

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

Total

59,8

59,7

59,6

59,1

59,2

59,3

Homem

68,8

68,5

68,4

67,7

68,1

68,4

Mulher

51,9

52,0

51,9

51,4

51,3

51,3

Taxa de Atividade (%) – São Paulo

Idade

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

10 a 14 anos

1,2

1,5

1,7

0,8

1,0

1,4

15 a 17 anos

24,3

24,8

21,8

21,0

21,3

22,1

18 a 24 anos

79,5

78,8

78,7

77,3

77,9

78,7

25 a 49 anos

82,4

82,4

82,3

81,9

81,9

82,0

50 anos ou mais

40,7

41,4

41,4

41,6

41,0

40,8

IBGE – Rendimentos – São Paulo

Rendimento Médio Nominal Habitualmente Recebido no Trabalho Principal (Reais) – São Paulo

Variáveis

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

das Pessoas Ocupadas

1.489,10

1.508,20

1.504,40

1.520,50

1.535,40

1.552,40

dos Trabalhadores por Conta Própria

1.368,80

1.363,70

1.422,10

1.419,40

1.419,80

1.419,60

dos Empregados no Setor Privado – com Carteira de Trabalho assinada

1.456,80

1.503,80

1.472,40

1.462,00

1.515,90

1.486,40

dos Empregados no Setor Privado – sem Carteira de Trabalho assinada

1.037,40

1.042,80

1.052,30

1.050,40

1.174,40

1.213,60

dos Empregados no Setor Público

2.074,40

2.041,70

2.083,80

2.139,80

2.013,90

2.149,40

Rendimento Médio Nominal Efetivamente Recebido no Trabalho Principal (Reais) – São Paulo

Variáveis

set 2009

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

das Pessoas Ocupadas

1.478,60

1.498,80

1.648,30

1.823,40

1.523,50

1.538,30

dos Trabalhadores por Conta Própria

1.355,00

1.330,00

1.431,60

1.420,90

1.373,80

1.393,30

dos Empregados no Setor Privado – com Carteira de Trabalho assinada

1.446,60

1.494,80

1.698,00

1.935,60

1.515,70

1.482,50

dos Empregados no Setor Privado – sem Carteira de Trabalho assinada

1.004,00

1.022,30

1.072,20

1.122,10

1.148,10

1.178,00

dos Empregados no Setor Público

2.065,20

2.042,40

2.378,90

2.765,60

2.014,00

2.146,90

Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido no Trabalho Principal (Reais) – São Paulo

Variáveis

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

mar 2010

das Pessoas Ocupadas

1.538,51

1.553,42

1.544,87

1.537,58

1.542,31

1.552,40

dos Trabalhadores por Conta Própria

1.414,21

1.404,59

1.460,36

1.435,34

1.426,19

1.419,60

dos Empregados no Setor Privado – com Carteira de Trabalho assinada

1.505,13

1.548,89

1.512,01

1.478,42

1.522,72

1.486,40

dos Empregados no Setor Privado – sem Carteira de Trabalho assinada

1.071,82

1.074,07

1.080,61

1.062,20

1.179,68

1.213,60

dos Empregados no Setor Público

2.143,22

2.102,92

2.139,86

2.163,83

2.022,96

2.149,40

Rendimento Médio Real Efetivamente Recebido no Trabalho Principal (Reais) – São Paulo

Variáveis

set 2009

out 2009

nov 2009

dez 2009

jan 2010

fev 2010

das Pessoas Ocupadas

1.531,48

1.548,53

1.697,72

1.872,46

1.540,61

1.545,22

dos Trabalhadores por Conta Própria

1.403,46

1.374,13

1.474,53

1.459,13

1.389,23

1.399,57

dos Empregados no Setor Privado – com Carteira de Trabalho assinada

1.498,33

1.544,39

1.748,91

1.987,68

1.532,72

1.489,17

dos Empregados no Setor Privado – sem Carteira de Trabalho assinada

1.039,90

1.056,22

1.104,35

1.152,29

1.160,99

1.183,30

dos Empregados no Setor Público

1.981,41

2.143,22

2.102,92

2.139,86

2.163,83

2.022,96

Fonte: //seriesestatisticas.ibge.gov.br/

Fonte: //www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/defaulttab_hist.shtm


Trabalho para o dia 28/11/2011

1 – Escolha um dos seguintes temas:

  • BOVESPA
  • BNDES
  • PAC

2 – Escreva sobre o tema respondendo as seguintes questões:

  1. Oque é?
  2. Pra que serve?
  3. Quem utiliza? Quais as pessoas envolvidas?
  4. Como funciona?
  5. Quanto dinheiro movimenta?
  6. Qual a sua importância?
  7. Conclusão: Qual sua opinião?

Não precisa limitar-se a essas questões, elas são o mínimo.
A parte mais importante é a sua opinião pessoal.

3 – Data de entrega: 28/11/2011


Perguntas do dia 03/10/2011

1 – Quais as 3 categorias de preços compõem o IGP?

R:

2 – Qual a principal função do IGPM?

R:


Índices de Inflação

Principais Índices de Inflação

Índice Geral de Preços do IBGE (IGP)

Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os de produtos no atacado, baseado numa amostragem de cerca de 500 mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final; o de preços ao consumidor, com base nas compras de famílias com renda de1 a33 salários mínimos, entra com 30 por cento; preços da construção civil, com 10 por cento de peso baseado em planilhas de custo de empresas de engenharia. Um dos menos precisos índices, justamente pela sua abrangência, num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgado em duas versões uma contendo apenas os preços do que é produzido internamente,(disponibilidade interna)e outra incluindo preços de importações.

Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da FGV

Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede sua modificação pelo governo e tinha como função, servir de corretor de contratos bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser divulgado e tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP, mas do dia 20 do mês anterior ao 20 do mês em questão.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV)

Os Índices Gerais de Preços da Fundação Getulio Vargas foram divulgados pela primeira vez em novembro de 1947, no número de estréia da Revista Conjuntura Econômica. Desde então registram as variações de preços de matérias-primas agropecuárias e industriais, de produtos intermediários e de bens e serviços finais.

Apresentam-se em três versões: Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). A diferença entre eles está no período de coleta das informações para cálculo do índice. O quadro a seguir compara o período de referência de cada versão do IGP. Os preços coletados em cada período são comparados aos levantados nos 30 dias imediatamente anteriores:

  • Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10)
  • Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M)
  • Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

A diferença entre eles está no período de coleta das informações para cálculo do índice. O quadro a seguir compara o período de referência de cada versão do IGP. Os preços coletados em cada período são comparados aos levantados nos 30 dias imediatamente anteriores:

Períodos de Coleta de Preços

Mês Anterior

Mês de Referência

11 21 01   10   20 30

IGP – 10

IGP – M

IGP – DI

O IGP-10 mede a evolução de preços no período compreendido entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. A série do IGP-10 teve início em 1993. O IGP-M é coletado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Sua série começa em 1989.

O IGP-DI é coletado entre o primeiro e o último dia do mês de referência. A série histórica retroage a 1944.

O IGP-M, diferentemente das demais versões, conta com um sistema de apurações prévias divulgadas antes do fechamento mensal. Essas prévias apresentam resultados parciais do índice com base na coleta realizada em períodos de dez dias.

A primeira prévia, divulgada com a denominação de primeiro decêndio, calcula as variações obtidas a partir das informações colhidas no período de21 a30 do mês anterior ao de referência, comparadas às levantadas ao longo dos trinta dias anteriores. A segunda prévia expande o período de coleta para 21 do mês anterior a 10 do mês de referência, apresentando resultados cumulativos. A terceira apuração é o próprio IGP-M.

Índice Quadrissemanal de Preços ao Consumidor da FIPE

Típico de uma economia hiper-inflacionária, é publicado toda semana, com as variações dos preços das quatro semanas anteriores. Restringe-se ao município de São Paulo e afere o custo de vida de famílias com rendas de2 a6 salários mínimos. Calcula os preços médios durante quatro semanas e divide pela mesma média de quatro semanas anteriores. Trata-se, portanto, de uma medida rápida das tendências de base dos preços. No índice FIPE a comida pesa 37 por cento do custo de vida das pessoas e a habitação 18 por cento.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE.

Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de1979 a 1986.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no período de coleta dos preços.

Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) IBGE

Para rendas até quarenta salários mínimos.

Índices de Custo de Vida do DIEESE

Para três classes de renda, 1-3 salários mínimos, 1-5 e 1-30.Esse índice se distingue dos demais por incluir como itens essenciais do custo de vida, despesas com recreação, comunicação, cultura e lazer.

Índice da Cesta Básica (PROCON/DIEESE)

Pesquisado em 70 super-mercadosem São Paulo, englobando 31 produtos essenciais para famílias com renda até 10,3 salários mínimos; mede a variação ponta a ponta.